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Author's Chapter Notes:

Beleza! Mais um capítulo, agora vamos ver como nossos pequeninos soldados vão reagir a essa monumental jovem mulata! Esse capítulo é bem expositivo, mas vale a pena 😉

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Lentamente Atta começou a recobrar sua consciência, ela percebeu que ainda estava pinçada entre os poderosos dedos de Flávia, de quem procurou olhar o rosto apenas para perceber que sua captora olhava para o chão com um olhar travesso. A minúscula menina virou sua cabeça para baixo tão bem quanto pôde e afinal avistou no distante solo, abaixo dos aparentes 42 metros da giganta, seu diminuto parceiro acuado porém empunhando, ainda que trêmulo, sua pistola.

Em sua bandoleira a jovem militar ainda portava seu rifle, nas costas, todavia ela estava incapaz de acessá-lo, visto que todo o seu corpo encontrava-se envolvido pelas poderosas falanges de Flávia. O que depois de um tempo a menina percebeu ter sido melhor, afinal era ela sensata o suficiente para estar ciente que mesmo disparando contra essa colossal mulata ela não sobreviveria. Se a giganta a soltasse morreria na queda, se não soltasse... Provavelmente iria retaliar. Atta jamais provocaria uma reação cujos resultados não fossem gerenciáveis. Restaria confiar sua sobrevivência à capacidade de Padius em encarar esse impasse. 


Permanecia então a gigantesca mulata agachada na calçada, com uma perna ajoelhada e outra dobrada. Ela encarava sorridente o pequenino homem a sua frente, tentando enxergar os detalhes de seu rosto tão bem quanto pudesse. Era extraordinário encontrar um ser humano tão pequeno, tão frágil e, ao menos para ela, tão bonito. Em contraste olhou para a figura ainda menor em sua mão direita, uma que estava toda coberta com máscara de gás e capacete. Por fim a jovem decidiu repetir a proposta: 

**Ei, pequenino, se você quer sua amiga é só vir buscá-la**. 

Ela então abaixou sua mão e deixou Atta na altura de Padius, mas um pouco distante dele. Além disso seus dedos poderosos ainda abraçavam fortemente a adolescente, impedindo que ela levantasse e fugisse. Padius não soube como reagir, tudo parecia indicar que era uma armadilha, e em sua perspectiva aquela jovem adulta era uma criatura terrivelmente sinistra. Ela era bonita, seus traços eram suaves e seus lábios carnudos com um nariz arredondado. Mas seu tamanho era surreal para o rapaz, que jurava ser capaz de sentir a pulsação do corpo da giganta cada vez maior.

Ele sentia como se os imensos seios dela fossem saltar do cropped e cair sobre ele, e sua perna dobrada parecia emanar energia enquanto esmagava o ar entre a panturrilha e a coxa. Como se não bastasse, o fato de Flávia ser negra permitia que ela orgulhosamente ostentasse uma cascata de cabelo cacheados que descia volumosamente até seus ombros, deixando ela ainda maior e mais sinistra. Sobre o canto esquerdo de seu lábio superior havia uma pinta completando sua beleza, beleza essa que constratava de forma absurda com o perigo que essa moça representava.

**Se você não quiser mais sua amiguinha eu posso pensar em ficar com ela!** , brincou a moça, para a angústia de Padius, que sentiu isso como uma legítima ameaça e não demorou para abaixar sua pistola e caminhar vagarosamente até a enorme mão que prendia a diminuta Atta. 

Padius aproximou-se da mão e esticou seu braço para tocar a parceira, quando sem qualquer aviso Atta foi arrebatada para cima e o ar deslocou-se na mesma velocidade, forçando o rapaz a fechar os olhos e quando finalmente os abriu deparou-se com a colossal forma sedutora de Flávia no auge de seus 1,70m. Ela encarava ele com um sorriso satisfeito.

**Desculpa, pequenino, mas se alguém me ver falando com um bichinho no chão vai pensar que eu sou maluca!** , ela deu uma risada leve e levou sua miúda prisioneira para seu bolso de trás. Flávia era uma mulher encorpada, com coxas grossas e um quadril enorme. Seus glúteos eram tão grandes e roliços que ela facilmente poderia ser campeã do miss bumbum. Para piorar estava de shorts jeans. Em termos simples, Atta não ficaria nem um pouco confortável em seu bolso.

**Largue ela!** Gritou Padius, mas em resposta só encontrou uma imensa palma esbranquiçada vindo em sua direção ao lado de falanges marrons prontas para abraçá-lo. Sem saber como reagir ele atirou várias vezes, o que num primeiro momento fez Flávia recuar, afinal eram como picadas, mas para sorte da giganta a pele da palma da mão e planta dos pés são as mais resistentes do corpo, então ela logo absorveu o choque dos tiros e, agora um pouco aborrecida, pisou violentamente contra o chão. Seu pisão atordoou o minúsculo militar que então caiu no chão, derrubou sua arma e só teve tempo de assistir a mão de Flávia enclausurá-lo na escuridão.

Quando se deu conta Padius estava no bolso dela ao lado de Atta, e para o desprazer dos tripulantes, a jovem tinha muito trabalho a fazer, logo ela não ficaria parada. Ela tinha de desmontar o tabuleiro da mãe e guardar seus itens. O que fez com que andasse e andasse e durante o ato seu músculo glúteo pressionou frequentemente a dupla no bolso. Felizmente o bolso era jeans, o que significava que eles não seriam jogados de um lado para o outro durante o movimento. Mas em contra partida a pressão que os manteria de pé faria seus corpos desfalecerem após continuamente serem comprimidos entre uma parede de jeans e outra em que atrás havia uma muralha de músculos e gordura. Cada movimento da mulher apertava repetidamente seus prisioneiros contra sua carne. Não demorou muito para que a dor os castigasse impondo-lhes fadiga e desespero.

**Sinto...! Ai...! Sinto muito...! Por ... Aquela hora...! ** Disse Padius em meio a turbulência em que sentia, mas Atta só respondeu: **ai...! Não é... Não é hora! ... não é hora...para isso...**, a dupla estava fadigada e não tinha como saber quanto tempo essa aflição iria durar. Em seu coração Atta se sentia culpada, pois ela se deixou ser capturada apenas porque esqueceu de vestir a máscara quando caiu naquele tabuleiro cheio de aromas insalubres para seu corpinho. Ela não sabia porque Padius decidiu sair do jipe, mas desejou que ele não tivesse o feito.

Enquanto isso a moça terminava de guardar a mesa na qual sua mãe montava seu tabuleiro quando de repente surgiu uma amiga sua, seu nome era Mirla, uma jovem nipo-brasileira que estudava junto com Flávia e nos fins de semana saia com ela para atividades boêmias. Mirla era meio delinquente, assim como Flávia ainda estava no ensino médio aos 18 anos.

**E aí, Miga?** Disse ela com um sorriso, ** com'é que cê tá? só de boa?**. Flávia abraçou ela e ambas trocaram beijos nas bochechas, então a mulata respondeu. **Tô de boa, só tava guardando os trecos da minha mãe. E você, tá passeando?**. **Tô indo comprar umas breja! Daí eu te vi e vim contar uns babado.**, **qual é a boa?**, **boa não é... Pelo menos não pr'ocê!**, **desembucha, oxe!**, **O Henrique tá de namorico com a minha irmã!**, **o quê? Por quê?**, **sei lá. Acho que ele curte magrela!**, Flávia olhou para os lados meio chateada, mas logo exclamou, **Porra, fazer o quê!**, **cê tá bem? Não tá zangada?**, **Eu tô, né... Mas... Ele se cansa dela, até lá eu tenho um consolo! ** Disse sorrindo.

**Oxe!** Contestou Mirla **pode ir me contando tudo, dona Flávia!**. Mas a mulata só cruzou os braços e com um sorriso disse: **no momento certo cê vai saber!**. Mirla não gostou dessa resposta mas Flávia insistiu em guardar segredo, afinal como explicar que o garoto que era seu "crush" na escola tinha um sósia minúsculo e que este se encontrava preso em seu bolso?

**E como é que tá a Sophia?** Perguntou Flávia, ao que sua amiga respondeu com algum desdém, **Nossa irmã em comum? Aquela pirralha bateu a nave! Ela disse que viu um caminhãozinho, desse tamanho, cheio de duendes andando pela rua!**. Ao ouvir isso Flávia manifestou surpresa para a amiga, mas estava decidida a não contar a ninguém por enquanto sobre seus pequenos prisioneiros. Então ela dissimulou seus sentimentos e simplesmente perguntou, **duendes? Tipo... Homenzinhos? E vestidos de verde?**, Mirla estranhou a pergunta, mas tentou responder **Eu sei lá... Duendes se vestem de verde, né? E não sei se existem fêmeas mas... Ah, quem liga?**. Flávia ficou pensativa, ela queria perguntar mais porém não queria que sua amiga estranhasse sua curiosidade, então simplesmente falou, **Ah, a Sophia deve estar assistindo muito desenho, ela é uma nerd, né?**, **falou e disse, Miga! Na real, cê é mais minha irmã que ela**


As duas continuaram conversando por mais algum tempo, mas sem que Flávia soubesse em seu bolso os pequeninos também aproveitavam a trégua para dialogarem. Ambos estavam cansados, doloridos devido a enorme pressão que as nádegas da mulata até então havia exercido sobre eles, mas quando ela parou para conversar, afinal puderam os militares tentarem se recompor.

**Foi mau... ** Começou Padius, **eu não devia ter... Chamado você...** , **não precisa se desculpar**, interrompeu Atta, **eu entendo que você não queria ser transfóbico, que você apenas estava com medo... O que eu não entendo é porque você mudou de ideia e saiu da viatura.**. Padius estava sem forças, abalado psicologicamente, se não caiu no fundo do bolso foi simplesmente porque seu corpo inerte não era forte o bastante para dobrar-se contra a parede de tecido a sua frente, ele estava atordoado pela escuridão e o cheiro almiscarado daquele lugar. Ele só queria dormir. 

**Você devia vestir sua máscara, Padius**, recomendou Atta, **o ar aqui está rarefeito, além disso a pressão deixa difícil respirar.**, O rapaz virou o rosto em direção a voz da amiga, ele não conseguia distinguir seus traços em meio a escuridão, então apenas imaginou o rosto confiante da menina três anos mais nova, afinal ele falou: **Atta, você... Eu... Eu sou um desgraçado mesmo! Eu chamei você de viado e chamei você de Athos! Eu... Eu... Eu não queria ser um idiota, mas... Esse lugar! Esse lugar é um inferno! Eu não devia estar aqui! Eu nem me lembro porque estamos aqui! Eu só quero ir para casa vivo! E isso significa que eu realmente sou um covarde!**

Atta queria consolá-lo, mas sua intuição deixava claro que seu colega precisava desabafar, então ela permitiu que ele continuasse. **Eu sou um covarde! Mas não sou um vacilão! Eu sabia que se eu te abandonasse eu nunca ia me perdoar! Além disso se você morresse eu ficaria esperando naquele maldito jipe para sempre! Isso é, até aparecer alguma criatura e eu ser morto! Eu preciso de você! Não sei como foi que ela te pegou mas sei que se você morresse significaria que eu também morreria! Significaria que não haveria mais esperança! Eu não quero isso! Eu quero sobreviver! Eu preciso de você!**

**Padius...** Atta, por outro lado não se sentia tão orgulhosa de sua pessoa, ela sabia que foi pega porque agiu de forma imprudente, sabia que se não fosse por Padius a essa altura ou ela estaria mutilada na barriga dessa giganta, ou teria sido despedaçada e depois cuspida no chão, como um alimento intragável. Ela sentia vergonha de si mesma, afinal sempre foi uma soldado altamente competente, tinha a melhor mira, sabia luta corporal e era inteligente. Ela era a mais jovem de seu batalhão e isso não poderia ser em vão. Ela sabia quem ela era, sabia já haviam cinco anos. Quando ela deixou Athos para se tornar Atta, deixou o orfanato para ser uma cadete e aprender tudo quanto podia com seu ídolo, o então coronel Gairu. 

Se Gairu visse ela agora, presa num bolso, espremida entre o tecido e a enorme bunda de uma civil, o que seu ídolo pensaria? Seria aceitável? Afinal a civil era um monstro de 42 metros. Ou não? Seria uma vergonha? Afinal quando seu disco voador pousou na Terra ela estava perfeitamente ciente dos perigos que a aguardavam, muito mais ciente que Padius e provavelmente que boa parte do pelotão. Oficialmente seu disco pousou de forma acidental na Terra, mas os soldados mais competentes sabiam que o coronel tinha uma missão secreta, eles receberam informações sobre a Terra e puderam se preparar. A verdade no fim, é que a maior vergonha de Atta agora não era se deixar capturar, mas ter deixado Padius e tantos outros não preparados entrarem nesse território hostil.

**Padius...** Atta não podia contar sobre a missão secreta, seria traição para com o coronel, que aliás ainda era seu ídolo. Até o momento ela não tinha certeza se alguém se feriu, mas Padius e ela estavam vivos, logo era cedo demais para concluir que Gairu foi um mau líder por esconder informações dos subordinados. Assim, a única coisa que Atta poderia fazer por seu colega desamparado era continuar sendo seu sustentáculo. **...Padius, eu prometo que nós vamos sair dessa! Eu sei que a situação está complicada mas lembre-se do que eu disse. Os seres que habitam esse planeta são só humanos 25 vezes maiores que nós. Se são humanos podemos negociar. Nós ainda estamos vivos, então acho que essa mulher não quer simplesmente nos matar por sermos diferentes... Vamos aguentar a pressão por enquanto e quando ela nos tirar daqui eu vou me entender com ela!**

Padius só precisava que Atta fosse forte por ele, e quando a menina assumiu sua postura forte outra vez, ele pôde se permitir enfim descansar mesmo estando espremido na bunda de uma giganta.

Continua...


Chapter End Notes:

E então? O que acharam? Eu acho que as coisas só estão começando! 

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