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Author's Chapter Notes:

Enfim, eu tentei postar uns desenhos que fiz sobre a série aqui mas não deu. Eu vou postar eles na minha conta do Deviantart e se alguém se interessar em saber como é a aparência de Atta e Flávia é só conferir lá... Depois desse capítulo, é claro!😅😅

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Apesar de ter prometido a seu colega que tudo ficaria bem, não havia como Atta garantir o futuro de ambos. Quando finalmente foram libertados do bolso da giganta, imediatamente ganharam um novo calabouço, deveras pior pois que então se viam presos num ambiente fétido carregado de cilindros de papel, o qual logo perceberam tratar-se de um maço de cigarros. Atta recomendou que Padius vestisse sua máscara de gás.

Nesse ambiente inóspito esperaram pelo que pareceram horas, imersos na escuridão e igualmente abalados física e moralmente, pouco conversaram. Atta não queria demostrar fraqueza para Padius, embora também não soubesse como animá-lo, então preferiu manter o silêncio a fim de assegurar sua impassibilidade. Quanto ao rapaz, sentia-se mau por ter demostrado tanta vulnerabilidade antes, é verdade que Atta era uma militar mais talentosa, contudo era também mais jovem e ainda por cima uma menina. Ele não mentiu quando disse que precisava dela, mas seu interior o punia pois insistia que o dever de protegê-la era dele, que era homem e também mais velho.

Flávia nesse momento estava jantando com a família, sua mãe retornou ao sobrado pouco antes do crepúsculo e informou que a ferida no olho de sua irmã não causara danos permanentes. Assim as três mulheres sentavam-se a mesa com o pai, Solano, um homem branco de 40 anos. Durante o jantar a moça estava tão ansiosa para brincar com seus prisioneiros que mau prestou atenção nos acontecimentos. Sua mãe reclamou sobre a picada no olho de Ághata, a qual choramingava frequentemente enquanto tentava explicar improlifecamente que viu humanos pequeninos no chão e estes a atacaram. E o patriarca da família reclamava sobre a filha ter repetido de ano uma vez mais e assim permanecer no ensino médio apesar de já ter 18 anos.

Quando terminara enfim o jantar a mulata foi a louça lavar e realizar outras pequenas tarefas domésticas. Sua irmã tentou falar com ela mas Flávia só beijou seu tapa-olho, de leve, e disse que tinha de ir terminar seus trabalhos da escola; era apenas uma desculpa para ir entreter seus cativos, mas a pequena Aghata viu-se forçada a acreditar e deixou a irmã subir para o quarto.

O quarto de Flávia ficava no topo do sobrado, bem ao lado do aposento de seus pais, cuja parede dividiam. Ambos os quartos tinham ainda uma saída para uma sacada compartilhada, a qual era adornada por um parapeito de ferro trançado ao estilo colonial e estava enfeitada com vários vasos de flores tropicais, sobre tudo a "comigo ninguém pode".

Chegando em seu quarto a jovem se dirigiu até sua cômoda e abriu a gaveta de calcinhas, esticou seu braço até o fundo e pegou seu maço de cigarros. Seu pai não gostava que ela fumasse ou bebesse, mas o hábito era compartilhado com a mãe então ela não achava justo ser a única censurada. Ela mantinha geralmente um maço escondido o que acabou sendo útil para ocultar seus prisioneiros enquanto cumpria as interações obrigatórias com seus familiares.

Finalmente a luz entrou no calabouço onde Atta e Padius se viam já exauridos por um dia que parecia não ter fim. Flávia sorriu ao ver seus pequeninos lá dentro, estranhando um pouco no começo pois agora ambos estavam mascarados, mas não demorou para perceber qual era Padius, pela leve diferença de altura e o fato de ele continuar sem capacete. A jovem então caminhou até sua cama enquanto falava. **Olá, bichinhos! ** Ela sorria. **Eu espero que não tenha causado uma má impressão!**

A garota sentou-se na cama e cruzou as pernas, depositando o maço de cigarros em frente a sua canela. Em seguida Flávia esticou os dedos para pinçar seus prisioneiros, os quais não poderiam resistir uma vez que seu claustro era estreito e mau poderiam nele se mover sem que colidissem um no outro ou nos cigarros. Um a um os adolescentes foram retirados da caixinha e depositados entre as muralhas de carne marrom que eram as enormes coxas da moça. 

**Tirem suas máscaras, bichinhos, quero ver seus rostos!

Padius num instante arrancou a máscara e Flávia sorriu ao rever o rosto de seu "crush" impresso naquele homúnculo, mas Atta removeu a máscara e sentiu que o pedido da giganta abrangia ainda seu capacete. Ela removeu então a proteção da cabeça e pela primeira vez a monumental moça pôde observar o semblante de sua primeira prisioneira. Ela sorriu enquanto cutucava a cabeça de Atta, **como você é fofa! Qual o seu nome?**

Assim como Padius Atta era uma menina loira, ela prendia o cabelo num rabo de cavalo não muito longo que descia até o lado direito do ombro. Seu nariz era reto e fino e seus olhos azuis e doces, apesar de na ocasião se encontrarem extremamente sérios. Ela não se sentia confortável com o enorme dedo de Flávia acariciando seus cabelos, mas se esperava dialogar com ela era preciso causar uma boa impressão.

**Meu nome é Atta, e eu sou...** Mas Flávia interrompeu, **E você homenzinho? Como se chama?** , Padius apenas respondeu seu nome, ele estava mais visivelmente tenso, mas tentou manter a compostura. E a giganta continuou: **Padius? Atta? Meu Deus, que nomes horríveis! ** Ela riu, então passando a acariciar o rapaz.

**Eu não sei de onde vocês vieram, mas acho que vou ficar com vocês** , decretou a giganta num tom afável, como se estivesse falando com crianças. Obviamente os militares não reagiram muito bem, ** O quê? Como assim? ** Disse Atta, **Você não pode ficar conosco, temos que ir embora!**. Flávia então olhou com desdém a menina e disse, **embora? Você é uma gracinha! Um bichinho fofo que nem você não iria sobreviver lá fora. Se ver bem eu estou te fazendo um favor!**. Atta olhou para ela com um olhar carrancudo e apertou os punhos, ela não sabia como reagir aos insultos de Flávia, então precisava pensar. E Padius percebendo o silêncio da parceira resolveu intervir.

**Moça... Nós precisamos da sua ajuda... Nosso... Nosso pelotão... ** 

**Não diga nada a ela!** Interviu Atta, o que Flávia desaprovou, **Deixa ele falar, pequenina, eu quero saber!**. Atta se aproximou de Padius e disse claramente tensa, ** Não podemos dar detalhes para ela! Informações são armas valiosas!**

Flávia aborreceu-se com a postura de Atta e sem avisos prévios esticou os dedos para agarrar a menina. Atta foi içada repentinamente pelos dedos poderosos da mulata, que levou-a até seu rosto imprimindo na mente da pequenina o peso sinistro de sua imensa carranca.

Atta momentaneamente congelou, cada músculo facial da garota maior parecia um predador prestes a desmembrá-la. Ela sentiu um dos maiores alívios da sua vida quando aquela expressão violenta dissipou-se do colossal semblante para ser imediatamente substituída por um sorriso condescendente. **Eu te assustei?**

Flávia então depositou a pequenina em um de seus pés, logo fora da muralha feita por suas pernas, e voltou sua atenção para o cativo na parte interna de seus membros inferiores. **Conte-me tudo, pequeno Padius, e se eu perceber que está mentindo vou punir sua amiga!** , Padius ficou atônito, não sabia como proceder, afinal revelar informações seria traição para Atta, mas retê-las significava submeter a própria Atta a sabe-se qual tortura Flávia tivesse preparado. 

**Moça, por favor...**, **Me chame de Flávia, bonitinho!**, interrompeu ela, **Aliás, fofinho, eu não gostei nada do seu nome... Vou te chamar de Henrique, pode ser?**. Padius não sabia como reagir, mas logo a giganta continuou, **Então Henriquezinho, o que é tão importante que a pequena Atta não quer que você diga?** , Na dúvida, ele se calou. **Você não vai colaborar, fofinho?**, mais silêncio do rapaz. **Como desejar!**

Flávia esticou a mão em direção a Atta, quem estava preparada para esse momento. Ela não sabia como seria a punição prometida, e se de um lado não queria recebê-la, de outro sabia que era cedo para apelar para as armas. Então ela apenas desviou das falanges negras da mulata e rolou para trás, recuando de novo e de novo para o aborrecimento da giganta.

Afinal Flávia perdeu a paciência e abriu as pernas, proporcionando um espetáculo visual para a menina que momentaneamente desnorteou-se e mau pôde reagir quando as imensas formas sensuais votaram a se fechar dessa vez com suas extremidades extremamente perto de seu corpo. Atta foi prensada entre as solas rosadas da giganta mulata, que olhando para ela naquela situação não demorou para trocar seu rancor por um sorriso sarcástico.

**Atta!** , gritou o rapaz, **solte ela! Você vai machucá-la!**, Flávia esticou o indicador e fez cafuné no homenzinho, enquanto com uma voz meiga disse, **Eu não vou machucar ela! Você vai, Henrique! Ou você pode simplesmente me contar e eu deixo ela ir!** , **tá bem! O que ela não queria que eu contasse é que há mais de nós! Agora solte ela!**, mas Flávia não soltou.

Ela continuou prendendo Atta entre seus pés, sem pressioná-la muito pois não era sua intenção esbaratar a menina, mas apertando o suficiente para que Atta expressasse vocalmente sua dor. A pequenina tentou não gritar mas a pressão em seu corpo, o calor e o cheiro; tudo isso tornava seu cárcere uma experiência dolorosa e desagradável. O suor do pé de Flávia começou a pinicar a pele da menina, que lamentou muito ter removido sua máscara já que agora aspirava incontáveis doses do cheiro almiscarado do pé da jovem baiana.

Ela não queria ceder, mas podia jurar que Flávia estava gradativamente aumentando a força com a qual a segurava entre suas solas claras. Ela ouviu quando Padius contou o que Flávia queria, e ficou frustrada quando ainda assim teve de continuar presa entre dois pés tão grandes quanto tanques de guerra. Ela por um momento caiu na irracionalidade e decidiu que deveria alvejar Flávia ao menos uma vez...

**Solte ela!**, gritou Padius mais uma vez, mas Flávia apenas sorriu e disse: **Henrique, você não pediu por favor!** , por favor! Solte a minha amiga!**, quando ele disse por favor a baiana riu alto - talvez mais alto do que deveria - e com um olhar condescendente continuou,, **Caralho! Você pediu mesmo!** E só por brincadeira ela usou o indicador para derrubar Padius de costas no colchão. 

**Por que você fez isso? Eu estou colaborando!** Suplicou ele, ao que a giganta só comentou, **ahh, que fofo!**. Padius levantou-se, ele afinal percebeu que Flávia só estava jogando com ele. Então a moça mais uma vez o derrubou com o dedo e perguntou, **vocês são soldados? Quantos de vocês estão aqui? Onde estão os outros?**

Padius tentou se levantar para responder, mas mais uma vez foi jogado contra o colchão, ele entendeu que Flávia não o queria de pé então apenas tratou de responder para ela na esperança de ajudar Atta. 

**Eu não sei onde meu pelotão está, mas sim... Somos soldados. Nós chegamos nesse planeta em um disco voador, onde o resto do batalhão está. Nossa nave precisava de reparos então vários pelotões se separaram para encontrar peças para a manutenção. Eu e Atta perdemos contato com os outros e agora precisamos de ajuda!  é tudo o que eu sei!

Flávia ficou um tempo pensando sobre o que ouviu, refletindo sobre todas essas informações mirabolantes, ela acabou afrouxando a prisão de carne na qual mantinha Atta e lenta mas desesperadamente a mocinha pôde rastejar para fora da fétida armadilha. Quando se libertou, Atta caiu de cara no colchão respirando de forma pesada e urgente. Seus músculos estavam doídos e sua moral abalada, ela não podia acreditar que desceu tão baixo em tão pouco tempo. E aquela idéia insensata continuava a ganhar espaço em seu cérebro, ainda que fosse incompatível com os pensamentos dominantes.

**Então vocês são ETs? ** Perguntou a giganta **tipo de Marte?**, e Padius ainda sentado no colchão tentou responder, **tecnicamente não somos ETs, mas sim, somos alienígenas.**, Flávia não entendeu, então ficou chateada, **tá me zuando, bichinho?  é a mesma merda!**. **Não! Eu explico... Somos alienígenas, mas viemos de uma outra Terra. Então não somos ETs porque ET significa extraterrestre e por definição nós somos...** Mas ele nunca terminou está oração, Flávia se amofinou e deu um golpe no colchão fazendo Padius saltar para trás e se calar.

**Já ouvi o bastante, agora deixe-me ver... ** Ela olhou para Atta ainda caída e patética e pela primeira vez deu atenção ao fato dela estar carregando um rifle na bandoleira. Ela esticou a mão até Atta e fez Padius protestar, mas logo ele parou quando viu que o alvo da giganta era o rifle e não o corpúsculo de Atta. Mas como o rifle estava preso a sua dona, Flávia acabou erguendo o corpo inerte de Atta antes de balançar a mão e derrubá-lo. Atta ficou sem sua arma, para seu desgosto.

**Você não vai precisar desse brinquedo, baixinha.**, disse Flávia enquanto aproximava a arma de Atta até seus olhos para analisar melhor a peça. Ela lembrou que antes Padius atirou nela e a sensação foi como a picada de um aculeado, então ela imaginou que essa minúscula arma provavelmente era funcional e finalmente uma informação surgiu em sua mente.

**Foi um de vocês quem atirou na minha irmã?**

Não houve resposta, Padius temia pelo que Flávia faria quando descobrisse e Atta estava processando tudo o que acontecia. Além disso ela estava furiosa por Flávia ter tomado seu rifle, não era para ela uma simples arma. Esse rifle tinha o nome de Gairu grafado em sua coronha, pois uma vez pertenceu ao coronel, quando este ainda era capitão. Ele deu de presente para Atta em sua última graduação. Esse rifle significava que uma parte de seu herói estava com ela e vê-lo ser tomado sem que pudesse resistir fez com que Atta se sentisse simultaneamente humilhada e invocada. Ela pensou afinal que deveria ter atirado no olho de Flávia quando teve a chance.

**Qual de vocês atirou no olho da Aghata?** Perguntou a mulata em tom mais severo, e dessa vez houve uma resposta enérgica. **Fui eu! ** Atta levantou-se e olhou para a giganta com um olhar furioso, ela estava suada, seus cabelos bagunçados e sua pele outrora branquíssima toda avermelhada. E na mão direita era tinha uma pistola, a qual sem hesitação usou para atirar na direção de Flávia.

Porém, apesar de ser a melhor atiradora de seu pelotão, ela estava tão exausta por ter sido torturada, além de faminta e dominada por impulsos animalescos; que seu tiro não acertou o olho. Flávia estava sentada, se estivesse de pé o olho provavelmente nem seria uma opção, mas nessa distância mesmo com uma pistola Atta normalmente acertaria, mas nesse caso ela acabou por acertar uma narina de Flávia.

O projétil acertou o alvo com violência o suficiente para arder em eventualmente provocar um espirro, o que não doeu o suficiente para atordoar a giganta mas certamente deixou ela muito zangada. Então tão logo uma rajada de ar escapuliu de suas narinas ela limpou as partículas de muco residual sobre seus lábios e olhou para Atta com a mesma carranca de antes, mas dessa vez a pequenina não recuou. A fadiga, a fome e a raiva primitiva bloquearam temporariamente seu medo. O que não foi bom...

Flávia esticou a mão, Atta esquivou-se de seus dedos e atirou outras vezes mas dessa vez de forma mais desesperada. Padius tentou acalmá-la mas ela nem escutou suas palavras. No fim Flávia ficou com tantas alfinetadas na pele que gritou e saiu da cama irritada. Ela ficou de pé no auge de seus quarenta metros pronta para dar um golpe de punho fechado na pequenina.

Atta estava cansada, não sabia se poderia fugir mais uma vez, Padius tentou implorar mas a expressão de Flávia estava impassível. Então ela derrubou violentamente seu punho contra o colchão mirando a menina cinco anos mais jovem. Atta congelou e cruzou os braços sobre seu  rosto numa vã tentativa de amenizar o impacto.

Mas antes de Flávia acertar a pequenina uma voz a chamou e ela, surpreendida, desviou o golpe sem querer. Em seguida olhou para trás, era seu pai que perguntava bravo qual era o motivo de ela estar gritando a essa hora. Como Flávia não queria revelar seu segredo ela inventou uma desculpa qualquer, para sua sorte o homem não notou um casal de adolescentes minúsculos na cama da filha.

Atta abriu os olhos tentando entender onde estava a dor que não veio, ela ficou tão aliviada quando percebeu que seu corpo não estava despedaçado que caiu de joelhos na cama e mau pôde distinguir a figura colossal do homem no horizonte repreendendo a filha gigantesca. Padius viu o gigante, mas não tentou chamar a atenção dele pois acreditou que só seria um problema a mais e muito maior. Então ele só caminhou em direção a companheira e pegou seu cantil para dar-lhe água. Atta bebeu a água e lembrou que tinha seu próprio cantil em seu bornal. Quando abriu a bolsa para pegá-lo o rádio indiciou uma transmissão:


**Soldado Atta, 2° pelotão de reconhecimento, na escuta?**


Continua...

Chapter End Notes:

Nesse link está minha página do Deviantart, lá postarei imagens de minhas personagens. Se quiserem ver Padius ou algum outro deixe um comentário:

https://www.deviantart.com/barbarizand0

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