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Author's Chapter Notes:

Desculpe a todos que esperaram ansiosos por esse momento! Aqui está a conclusão do épico resgate de Lonomia, espero que gostem apesar de que provavelmente esse capítulo não será um dos mais fetichistas até agora...😅

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Quando Lonomia viu o corpo inerte de Atta jogado sobre o rústico piso de madeira que se fazia aos pequeninos a faceta do criado mudo, ela não conseguiu acreditar no que estava bem a sua frente. A menina valente que treinou ao seu lado, orientadas pelo então capitão Gairu, ora se via como um espectro desvalido. Essa imagem revoltante encheu o coração de Lonomia de ira e a pequenina decidiu que logo que sua amiga estivesse em segurança a pessoa responsável por isso deveria pagar.


**Como você está?** Perguntou a ruiva ao perceber que os olhos cansados da amiga a encaravam, ao que a menina respondeu tentando sugerir um sorriso, **melhor agora...**, Lonomia não se considerava boa para consolar. Ela era fria, era apenas o que ela era ainda que não por malícia ou indiferença. Ela se sentia abalada, mas era péssima em demostrar tristeza e por isso não chorou ainda que vontade não lhe faltasse. Atta era mais que uma amiga e certamente vê-la assim a deixou profundamente triste... E culpada.


Lonomia então pegou em seu bornal um kit de primeiros socorros. Ela havia se prevenido pegando um dos pacotes que outrora estavam no caminhão e cujo resto o sargento levou consigo no jipe de Atta e Padius. Porém seu medicamento mau possibilitaria começar a tratar das sequelas da amiga, pois que por toda a extensão da pele da adolescente os hematomas apresentavam-se em puro roxo e vermelho. Era desesperador, Lonomia sequer era boa em enfermagem. Ela realmente queria chorar ao ver que sua ajuda pouco mudaria, ela chegou tarde, a culpa a consumia pois se tivesse chegado antes. Antes quando falara com Atta pelo rádio, provavelmente teria a resgatado sem que sua integridade fosse violada.


**Acalme-se...** Bulbuciou Atta enquanto erguia seu torso, **não... não se mexa...**, recomendou Lonomia, mas a menina olhou para ela bem nos olhos e tentou transmitir confiança apesar de todo o contexto nebuloso em que encontravam-se. **Eu vou ficar bem... Nossa prioridade... Deve ser sair daqui...**, Lonomia então olhou perplexa para a amiga e sem ter certeza de que palavras usar apenas tentou apelar para a lógica mais pragmática possível, **, Atta... Você não vai conseguir assim... Eu preciso cuidar de você primeiro.**, **mas se ficarmos aqui... Ela vai voltar...**, argumentou Atta. 


Ambas estavam certas, não havia tempo para indecisões, logo Flávia voltaria e se Lonomia estivesse exposta poderia ser capturada e toda a esperança que ela atreveu-se a representar estaria perdida. Era preciso agir, eis a certeza, então com ajuda da própria Atta a ruiva pôde dar-lhe os primeiros socorros na tentativa de diminuir o inchaço de sua pele e sobretudo cobrir as lesões mais severas. Atta acabou por ficar toda enfaixada, pois toda a extensão de seu corpo carecia de cuidados. 


Quando Lonomia terminou de colar as últimas faixas na amiga, deu atenção ao fato de que ela estava nua, então perguntou encarecida, **Atta, o que aquele monstro fez com você?**, a menina loira então desviou o olhar e segurou seu pranto. Seu rosto não estava todo encoberto, Lonomia amarrou uma faixa na testa dela e pôs alguns curativos em áreas de contusão mas era possível ver claramente as iris azuis contracenarem com escleróticas vermelhas. Atta mantinha seu cabelo solto e ainda não havia se levantado.


**Ela... **, começou a explicar a menina em meio ao pranto e a dor ainda ativa em seu corpo. **Ela arrancou... Minha farda e... Ela me... Ela... ** Suas palavras estavam tão ininteligíveis que Lonomia acreditou ser melhor perguntar depois. Ela arrancou seu casaco, usou-o para cobrir a amiga e ajudou-a a levantar. **, não se preocupe... Meu bem, eu vou te tirar daqui**. Então Atta apoiada sobre Lonomia caminhou até Padius e a ruiva o acordou com um insensível pontapé na coxa. O rapaz acordou gritando com a dor do golpe.


**Caramba! ** Então olhou para cima e reconheceu Lonomia, **, Por que fez isso?**, só então ele percebeu Atta ao lado dela e espantou-se ao ver o estado em que a garota se encontrava. **Foi mau, bela adormecida, temos que ir**, respondeu Lonomia enquanto o rapaz ainda incrédulo se levantava e tentava entender o que aconteceu. **Atta?** Perguntou ele, **,isso tudo foi...?**, a menina mais jovem acenou confirmando antes mesmo que Padius terminasse sua oração, porém ele nunca terminaria uma vez que Lonomia o interrompeu agressivamente, **não temos tempo para isso! **, disse ela, **logo vamos ter companhia então vamos sair daqui!**


Padius ficou levemente aborrecido pela interrupção sofrida, mas era sensato o suficiente para entender que Lonomia tinha razão. Ele recordou-se de Flávia, de sua imensurável estatura e do poder que ela emanava sobre ele. O mesmo poder que aparentemente fez a implacável soldado Atta se tornar uma forma patética e quase moribunda. Mas se Flávia detinha todo esse poder por que não se valeu disso contra ele? Por que Atta parecia um fantasma enquanto ele só se lembrava de ter sido embalado por ela até dormir? Era estranho, contraditório até. Padius não sabia o que pensar mas não era hora para distrair-se com esses pensamentos.


Valendo-se do paraquedas Lonomia saltou com Atta até o chão. Padius estava em boa forma e poderia escalar pelas saliências e sulcos da medeira que compunha as laterais do criado mudo. Então ele atingiu o soalho um pouco mais tarde, a tempo todavia de encontrar a ruiva dobrando o paraquedas a fim de reutilizá-lo. Os três então se viam bem a frente do móvel, ao lado da cama box de Flávia. Eles precisavam de um plano e o que Lonomia tinha em mente era, **no momento todos os três gigantes estão lá embaixo. Nossa melhor opção é sair até aquela varanda e saltar de lá**, porém Atta e Padius estavam bem pouco familiarizados com a situação de seu paradeiro. De um lado eles mau recordavam-se de como era o imenso edifício por fora e de outro também não sabiam sobre o número total de gigantes na casa. 


Não demorou porém para Lonomia atualizá-los sobre Vera, Ágatha e Flávia, além do ausente Solano. Enquanto caminhavam pelo chão até a porta da sacada a menina ruiva contou da forma mais objetiva possível os eventos que lhe sucederam no andar de baixo e o porquê de Flávia estar ausente. Teorizou que provavelmente a mulata encontrou dificuldade em tratar do olho da mãe e quando finalmente o fez acabou por despender tempo dando-lhe atenção. Flávia não teria motivos para ter pressa em retornar ao seu quarto, somente por isso poderia ela explicar o fato de que os pequeninos puderam alcançar a porta da varanda sem que a giganta se mostrasse um obstáculo ativo.


Ao alcançarem a porta essa estava fechada, porém ela era cheia de janelinhas de vidro, e a mais baixa estava na altura de um muro residencial para os minúsculos militares. Lonomia sabia que provavelmente seu fuzil ainda não estava operante, o de Padius foi deixado no jipe e o de Atta literalmente explodiu, o que chocou Lonomia quando ela descobriu. Como as coisas de Atta ficaram na colossal cama de Flávia no momento ela não dispunha nem de sua pistola. Felizmente Lonomia ainda tinha o rifle de repetição, inicialmente trazido para Atta mas que ora já não mais por ela poderia ser usado, uma vez que suas mãos estavam inoperantes no momento. Os tiros do rifle de repetição não atravessariam esse vidro facilmente, seriam necessários incontáveis projéteis e muito tempo para abrir na parede de cristal um caminho semelhante aquele feito na janela da sala.


**Você não tem granadas?** Perguntou Padius, ao que Lonomia respondeu, **Que saco, eu nunca precisei dessa merda antes!**, **sempre tem uma primeira vez**, concluiu o rapaz num sorriso modesto, o que aborreceu a ruiva que já estava com os nervos a flor da pele, **que merda! **, ela gritou furiosa. Atta porém tentou acalmá-la, **, Não fica assim, Lonomia... Agora o sargento sabe onde estamos, ele vai mandar um helicóptero!**, Lonomia olhou para os olhos calmos de Atta e sentiu honestidade em suas palavras. Mesmo estropiada a menina mantinha a convicção de que sairiam dessa enrascada. Era pois ilógico que ela, aquela que viera a fim de ser o resgate, perdesse a calma numa situação dessas. Com isso a ruiva apenas suspirou e disse, **Tem razão... O sargento deve estar agindo, vamos nos esconder e...


Todavia agora Lonomia foi quem teve sua oração interrompida, não pela enferma Atta ou pelo outrora assustado Padius, mas pelo rugido das dobradiças da porta ecoando no distante canto do quarto enquanto anunciava a chegada de uma criatura colossal. Flávia se projetou na porta no auge de seus 42 metros pisando no soalho e criando tremores que os pequeninos podiam sentir mesmo estando a uma distância que para eles correspondia a 100 metros. A imensa forma da mulata estava com expressão zangada e já não encontrava-se mais nua, o que poderia explicar parcialmente a razão pela qual os pequeninos tiveram tanto tempo para agir.


Por algum capricho do destino a porta para a sacada também era adornada com cortinas avermelhadas em ambos os lados, o que levou Lonomia a esconder-se com Atta ainda nos braços atrás dela. Padius naturalmente foi junto, mas ele olhou vagarosamente para a imensa forma de Flávia, assistiu sua reação espantada quando não os viu na faceta do móvel onde os deixara. Viu quando ela pisou ferozmente no chão criando um tremor que ele sentiu mesmo estando tão longe. O rapazinho enfiou-se atrás do tecido vermelho mas o medo que outrora sentia já não se manifestava da mesma forma, o que era perigosamente problemático.


**Seus vermizinhos!** Gritou Flávia controlando-se o suficiente para ter certeza que sua mãe não ouviria. Após ter feito um curativo em vera com os mesmos medicamentos adquiridos para tratar a irmã, Flávia pediu que a mãe fosse descansar no quarto. Ela esperou junto a mãe até que Aghata dormisse e quando a criança pegou no sono e mãe já estava melhor, Flávia tentou tirar alguma informação da progenitora. Vera infelizmente não prestara atenção o suficiente na minúscula peste que a atacou, então pouco pode oferecer a filha, no entanto a simples confirmação de que foi um inseto verde e nunca antes visto foi o suficiente para Flávia suspeitar que haveria sido um pequenino o responsável. E ao retornar ao seu quarto e constatar que seus prisioneiros não estavam mais sobre o criado mudo, a mulata pôde deduzir que teriam recebido ajuda, afinal naquele estado Atta não poderia ter descido sozinha.


Em todo caso Flávia tinha razões para crer que eles não poderiam estar longe, então tudo que ela precisaria fazer era encontrá-los novamente e, se necessário fosse, puni-los mais rigorosamente. A jovem era sensata o suficiente para deduzir que os homúnculos eram espertos o suficiente para não tentarem usar o mesmo esconderijo, mas justamente por isso ela precisava conferir embaixo da cama, pois sabia que eles poderiam acreditar que ela não suspeitaria de um esconderijo já usado. Então Flávia mas uma vez puxou a cama e não se surpreendeu quando não achou nada atrás dela. Pacientemente ela procuraria, as portas do quarto estavam fechadas tanto para o corredor quanto para a varanda, então ela teoricamente poderia até dormir sem se preocupar com a possibilidade de seus diminutos escravos escaparem.


Ela abaixou-se, novamente engatinhou pelo assoalho olhando pelas frestas sob cada móvel ao alcance de sua cabeça, ela não estava descrente quanto a possibilidade de encontrá-los, mas queria terminar isso o quanto antes, afinal era tarde e o sono aos poucos vinha lhe abraçar. E por consequência ela começou a aborrecer-se por ter que procurar seus rebeldes cativos, dessa vez eles precisavam de uma punição ainda pior, para entenderem que não deveriam tentar fugir de sua dona.


Enquanto Flávia se arrastava pelo chão nas proximidades da cama, no outro canto do quarto, não tão longe assim do corpo deitado da giganta, atrás das cortinas os pequeninos planejavam sua fuga. **Lonomia** perguntou Atta com sua voz ainda apática **você não consegue... entrar em contato com o sargento... pelo rádio?**, e a ruiva respondeu afável porém seriamente, **, não, meu rádio pifou quando caí na água...**, **o meu tava no bornal...**, lamentou Atta, pois seu equipamento parecia estar para sempre inacessível, quanto ao de Padius, estava em seu bornal, no chão próximo a área onde Flávia vasculhava a procura dos adolescentes em miniatura.


**Podemos pegar ele!**, disse Padius, porém Lonomia respondeu, **não compensa, mesmo com o rádio ainda precisaríamos esperar. Nossa melhor tática é não ser pego até o helicóptero aparecer**, **, tá, mas e se ele nem aparecer?, ** indagou o rapaz meio chateado por sentir que a ruiva estava indiferente a ele. **, Padius, se ele não aparecer nós vamos fugir pelo andar de baixo!**, **como? A porta daquele lado também tá fechada!**, Atta notou que o companheiro estava começando a gerar animosidade e isso geralmente não acabava bem com Lonomia, então ela tentou intervir, **Pessoal, não é hora para discutirmos...**, mas Padius já havia mostrado antes que era alguém capaz de se deixar levar a atos insensíveis quando assustado, então ele não deu ouvidos a Atta. Ele continuou, **é a hora perfeita para discutirmos! Eu não sei porque mas essa giganta doida não arrebentou comigo quando teve a chance! Olha para você Atta, se ela quisesse podia ter feito o mesmo comigo! Mas não fez!**. ,


Atta recuou assustada com a repentina mudança de humor do companheiro, enquanto Lonomia simplesmente franziu as sobrancelhas e avançou, só não o pegou pelo colarinho porque estava ocupada apoiando Atta. **Escuta aqui, ela não te arrebentou mas se você não calar a boca...!**, **você vai me bater?**, provocou o rapaz, **então vem! Vem! **,  Lonomia ficou irada mas Atta impediu que ela se aproximasse de Padius. A ruiva então olhou para a amiga e tentou se controlar, afinal não poderia comprometer seu resgate por uma discussão tola.

**Está bem, Padius**, disse Lonomia tentando simular simpatia, **se você insiste eu vou pegar o rádio. Cuide da Atta** , Mas Atta não gostou dessa ideia, enquanto Lonomia a punha no chão para que Padius a vigiasse a menina protestou alegando ser perigoso se aproximar de Flávia. Mas Lonomia saiu do esconderijo na cortina sem hesitar, apenas dizendo,  **é perigoso, e por isso  sou eu  quem precisa fazer isso**  , ela então saiu, Atta ficou aflita ao ver sua amiga arriscar-se aproximando-se do mesmo ser que a deixou nesse estado. Ela sabia que Lonomia era uma excelente soldado, mas também sabia que ela própria era considerada uma e se ainda assim foi submetida a tantas torturas e humilhações, teoricamente Lonomia poderia sim sofrer o mesmo apesar de sua fama.

A ruiva saiu de trás da cortina, olhou para frente e deparou-se com a imensa forma de Flávia abaixada sobre o soalho observando em baixo da cômoda, numa fresta tão pequena que para ver sob ela a mulata precisava colar seu rosto no chão e involuntariamente empinar suas nádegas para cima. Era uma postura que Lonomia considerava simplesmente ridícula, e pensar que um ser nessa posição era uma ameaça ativa era o suficiente para a adolescente sentir-se envergonhada de si mesma. 

Todavia ela não perderia tempo assistindo o imenso corpo negro de Flávia se movimentando desengonçadamente sobre o soalho, Lonomia precisava apressar-se e rapidamente adquirir um dos rádios. Ela sorrateiramente passou por baixo do imenso túnel que Flávia projetou com seu corpo de gatinho, as coxas grossas faziam-se paredes macias de carne a direita enquanto a imensa barriga era o teto desse túnel vivo, por fim os seios e pescoço faziam a parede da esquerda, já que a giganta estava com a cabeça abaixada. 

A pequenina não perdeu, no entanto, tempo admirando o corpo de Flávia. Lonomia logo passou pela giganta e avançou até o lugar onde lembrou de ter deixado o bornal de Padius arremessado por Atta. Em poucos minutos ela alcançou a faceta do criado mudo, mas não antes de sentir o chão tremer pelos movimentos do colosso engatinhando. Ela pensou em olhar para trás, mas não quis, se Flávia tivesse a visto por certo se manifestaria através da voz, então por ora poderia a militar seguir seu trajeto inabalavelmente.

Qual não foi a frustração da jovem ao ver que o bornal esquecido ali já não se via em qualquer lugar? É claro que não, por certo Flávia o pegou, estaria com ela? Teria algum ainda sobre a cama? Lonomia rangeu os dentes aborrecida, ela fez esse trajeto inutilmente, a menos que por ventura ela subisse a cama e lá ainda estivesse o rádio. Ou ela poderia simplesmente confiar em Persgu. Persgu foi quem sugeriu usar o helicóptero, ele sabia que ela entraria nessa casa e ainda entrou em contato com ela dando informações privilegiadas. Com certeza Persgu não deixaria de mandar um helicóptero ao resgate, já pareciam ter passado horas desde que Lonomia invadiu a casa dos gigantes, o que também significava que a essa altura o sargento já teria chegado ao acampamento e provavelmente já haveria um resgate aéreo a caminho.

Lonomia decidiu dar um voto de confiança para Persgu, subir a cama seria laborioso e ainda assim inútil . Quando o helicóptero estivesse perto os pequeninos achariam um jeito de avisá-los de sua posição, até lá a prioridade deveria ser manter Atta segura, e já estava Lonomia considerando voltar até sua amiga quando ela ouviu a voz ecoante de Flávia bradar porém não furiosamente, **, Henrique!**

Num primeiro momento ela pensou que outro gigante entrou no quarto, então procurou abrigo de baixo da cama, mas ao olhar para a porta colossal constatou que ela seguia fechada. Então Lonomia saiu de seu esconderijo e olhando para o horizonte vou Flávia sentada com as pernas dobradas sobre o soalho sorrindo para o minúsculo Padius em sua mão, o qual parecia tímido, nervoso, mas definitivamente não em pânico. A garota estranhou por não ver Atta, ela precisava voltar logo atrás da cortina, mas o fato de Flávia agora não estar mais olhando sob a cômoda significava que ela não poderia traçar um caminho reto pelo chão do quarto. Assim a minúscula menina foi escondida próxima as paredes, oculta pela cama, cômoda, cesto de lixo e o que quer mais que Flávia deixasse nos cantos do quarto.

Pouco tempo antes disso, Atta e Padius tiveram uma pequena discussão. **O que ela quis dizer quando falou que só ela pode se arriscar?**, **não foi bem isso que ela disse...**, **tanto faz o que ela disse! Ela se acha melhor do que nós! Nós que lidamos com essa giganta até agora!**, **ela também enfrentou gigantes para chegar até aqui!**, **e isso significa que nós não temos valor?**, Padius estava ofendido, Atta não estava com cabeça para discutir com ele, ela queria preservar a imagem de Lonomia mas não tinha mais paciência para discutir, então ficou quieta apenas desejando que a garota ruiva logo voltasse e que o helicóptero logo chegasse para esse pesadelo finalmente acabar. 

Padius por outro lado olhou para a companheira, viu seu corpo enfaixado, seu rosto cansado e se perguntou novamente por que ele não estava assim também? Ele tinha a boa vontade da giganta? Se tinha, não seria inteligente usar isso a seu favor. Olhando além da cortina o rapazinho viu que Flávia avançava cada vez mais, logo inevitavelmente ela chegaria até seu paradeiro e ele seria incapaz de impedir que a mulata pudesse seus dedos em Atta, possivelmente para lhe trazer mais dor.

Foi então que ele decidiu, proteger Atta com suas capacidades físicas era impossível, e ele já não dispunha de qualquer arma. Então ele apostou na possibilidade de estar na graça de Flávia, ele iria se revelar, e se a giganta estivesse tão furiosa que quisesse descontar nele sua raiva, no mínimo com isso a pequena Atta seria preservada por mais um tempo, quem sabe por tempo o suficiente para as esperanças do resgate aéreo se tornarem reais. Padius então nem avisou Atta, simplesmente saiu de trás da cortina e avançou vagarosamente até a giganta que ainda estava de gatinho.

O rapazinho tremia, suspirava com medo de ter tomado uma decisão insensata, mas quando pensou em Lonomia e toda a sua arrogância ele criou coragem para agir tão valentemente quanto poderia nessa circunstância. Assim ele engoliu ar e gritou para Flávia, **Perdão!**, a mulata gigante não demorou muito para identificar sua vozinha fina e assustada em algum canto do assoalho. Ela então virou seu rosto carrancudo até ele apenas para encontrá-lo de joelhos com as mãos para cima e o rosto a observando absolutamente atento. Padius chegou a ver o cenho sinistro da moça, mas contrariando todas as expectativas ele não recuou assustado, ele estava tão sóbrio quanto jamais se imaginaria nesse contexto. Claro que estava nervoso, mas não se atreveu a manifestar o medo animalesco que mostrou na última vez que esses mesmos olhos ferozes da baiana pousaram sobre seu corpúsculo.

**P-perdão!** Gritou ele novamente, ainda trêmulo apesar do esforço para manter a compostura,  **perdão!**, ao ver os apelos do menininho Flávia suspirou e afinal bradou com alegria, **Henrique!**, foi nesse momento que Lonomia a ouviu. A mulata então ofereceu sua mão para Padius subir nela, ela poderia simplesmente tê-lo agarrado mas preferiu demostrar gentileza. Isso fez Padius suspirar, sua teoria parecia se confirmar, a giganta realmente parecia não ter intenções violentas a seu respeito. 

Sem hesitar portanto o rapaz levantou-se ainda com as mãos para cima e caminhou de vagar até a ponta dos dedos robustos da moça apenas 2 anos mais velha. Ele pisou na ponta de suas falanges e com a respiração controlada caminhou pelos dedos roliços até atingir a palma dela, onde ficou parado esperando a próxima vontade de Flávia ser manifesta. A baiana por sua vez ergueu a mão levemente enquanto se acomodava no chão com as pernas dobradas. Ela olhou para seu pequeno cativo já não tão rebelde e aproximou seu dedo para acariciar sua cabecinha loira.

**Por que você fugiu de mim, Henriquezinho?** Perguntou a captora com genuíno sentimento de dor, ao que o rapaz se esforçou para responder, ainda mantendo os braços levantados, **eu... Tive medo...**, Flávia então arregalou os olhos demostrando legítima surpresa, ela então abaixou um dos braços de Padius com a ponta de seu dedo enquanto falava, **pode relaxar, fofinho! Eu não quero te machucar.**, então Padius entendeu que poderia abaixar os braços e talvez até descontrair-se. Ele olhou para o imenso rosto de Flávia, ela estava tão perto que parecia um outdoor cujos dois olhos não poderiam ser encarados simultaneamente.

**Onde está sua amiguinha?**, perguntou Flávia casualmente, o que gelou a espinha do rapaz, que não imaginava o que a giganta tinha preparado para a indefesa Atta. Ele já havia chegado até aqui, não era hora de expor Atta, era preciso controlar a atenção de Flávia mesmo que apenas para Lonomia levar Atta para um lugar seguro. **S...senhora... Você.... Não precisa dela...**, disse o pequenino ao criar coragem. Flávia o encarou, viu que ele estava nervoso, ela de fato não precisava tanto de Atta embora quisesse mantê-la como um brinquedo, mas era esperta o suficiente para deduzir que o rapaz não entregaria o paradeiro da amiga a menos que ela usasse uma abordagem agressiva, o que poderia prejudicar a confiança que o menino demostrou ter para com ela.

**Tem razão, Henriquezinho!** Arrulhou por fim a giganta quase esmagando o minúsculo moço em sua bochecha marrom. **Eu não preciso da sua amiguinha!**, então ela recuou a mão e olhou seu troféu trêmulo. Flávia continuou o acariciando ora na cabeça ora na barriguinha, e por fim disse, **mas eu acho que a... Atta precisa de ajuda. Ela parecia meio dodói quando eu vi ela da última vez**, ela encarava o pequenino como se fosse uma criança e por isso falava com ele em um tom meigo e mesmo infantil. Era humilhante, mas Padius estava contente por não ter tido até então seus ossos postos a prova ou sua farda arrancada. Era melhor ser um bichinho fofo do que uma peste a ser combatida.

Juntando coragem o rapaz então falou, **Senhora, por que você fez isso com ela?**, e ele quase recuou quando viu o rosto de Flávia ficar com uma expressão surpresa. Mas a giganta apenas envolveu seus dedos da mão livre no torso dele e continuou a afagá-lo gentilmente, **Henrique...**, suspirou a mulata, **Você é um menininho inocente e não entende, mas sua amiga era folgada. Ela precisava ser castigada, ela atirou na minha irmã e depois em mim. Ela tem que aprender que um bichinho fofo precisa obedecer a dona! **, então ela trouxe seus lábios carnudos até Padius e após beijá-lo e quase sufocá-lo concluiu, **que nem você, fofinho!**

Então Flávia fez uma expressão séria, para o pavor de Padius, e perguntou com calma mas já não mais tanta meiguice, **Henrique, não minta para mim. Quem atirou no olho da minha mãe?**. Padius ficou aflito, ele não sabia como reagir. Apesar de suas diferenças com Lonomia ele não poderia entregá-la, até porque a essa altura entregar Lonomia seria diminuir as chances de sobrevivência de Atta. Mas se ele não falasse nada, além de provocar a ira da giganta ele poderia deixar sugerido que havia de fato um novo soldado no quarto. Sua única saída era driblar a pergunta.

**Alguém... atirou na sua mãe...?  **, perguntou ele claramente assustado mas demostrando-se surpreso o suficiente para aparentar estar alheio a essa incidência. Flávia no entanto não comprou a ideia, ela inspecionou mais profundamente os microscópicos olhos de Padius e achou que ele parecia nervoso o suficiente para talvez estar escondendo alguma coisa. Ela então decidiu arrancar a resposta ainda que ao preço de deixar o menininho assustado. **Henrique, eu mandei você não mentir!**, Padius então caiu de costas sobre a palma esbranquiçada de Flávia e já com olhos lacrimejantes disse, **,eu não sei de nada... Senhora...**, Flávia deixou seu cenho cada vez mais sinistro e por fim decidiu arriscar algo novo.

Ela abriu a boca e ameaçou deixar o rapaz cair nela, apenas inclinando sua mão sobre os lábios enquanto seu monstruoso maxilar estava aberto. Padius perdeu totalmente qualquer compostura que havia reunido, ele tentou se agarrar a pele de Flávia mas o tecido da palma da mão era grosso demais para que seus dedinhos pudessem agarrar com firmeza. Seus dedos então rasparam-se e seu corpo continuou deslizando para a ameaçadora boca da jovem. Cujos dentes eram do tamanho de seu antebraço e eram tão brancos que pareciam peças sólidas de um engenho feito especialmente para matar da pior maneira possível.

Perante esse flagelo Padius não teve alternativa senão gritar em pânico tudo aquilo que Flávia queria saber, ele gritou atônito, **, Perdão! Perdão! Tem mais gente aqui! uma garota! Ela atirou na sua mãe! Não me mata!! Não me mata!!**, ao ouvir os apelos desesperados do homúnculo Flávia abaixou a mão permitindo que ele caísse deitado sobre a palma, então ela soprou suavemente sobre seu corpinho e disse novamente em tom meigo, **óh, coitadinho... Eu não queria fazer isso mas você me obrigou... Seja um rapaz comportado e eu prometo que não teremos problemas assim no futuro.**, ela então sorriu e afinal se levantou. Flávia olhou para o pequenino em sua palma e com um sorriso caloroso perguntou, **Henrique, colabora comigo tá bom? Onde está a sua amiga e essa outra pessoa que atirou na minha mãe?**, Padius continuava deitado na mão de Flávia, quase em posição fetal. Flávia o acariciou e continuou, **,eu não vou mentir, Henrique, eu vou castigar a putinha que machucou a minha mãe. Mas se você colaborar comigo eu prometo que não vou tocar na Atta. Temos um acordo?**

Padius olhou para a imensa forma de Flávia, ela parecia alegre. Se fosse de tamanho normal Padius até diria que era uma moça jovem e simpática, do tipo que ele aceitaria namorar. Mas nessa proporção ela parecia um demônio pavoroso do tipo que deveria ser expurgado da face da Terra. Qual não foi sua humilhação ao lembrar que ele era aquele quem não pertencia a essa Terra. Ele era o estranho, o de fora, o alienígena.

Padius levantou-se, ele não sabia se Flávia cumpriria a ameaça de comê-lo caso ele tivesse ficado quieto, mas sabia que continuava a mercê da giganta e se ele não fizesse o que ela manda por bem acabaria fazendo por mal, o que apenas aumentaria a chance dele ter um ataque cardíaco ou mesmo de ter sua perna decepada por um movimento involuntário dos incisivos da giganta. Ele fez o que pôde para ganhar tempo, agora Atta e Lonomia estavam a própria sorte. Padius apontou para a cortina e chorando confirmou, **,Atta está lá atrás... Não mate ela...**

Com seus passos sísmicos a giganta baiana se aproximou do tecido vermelho, puramente extasiada por ter domesticado Padius tão bem que ele já não se importava de denunciar seus companheiros apenas para satisfazer sua vontade. Ela agachou-se próxima a porta da sacada e usando a mão livre puxou a cortina para revelar sua pequena fugitiva indefesa. Entretanto Flávia exclamou uma sonora interjeição de raiva ao constatar que não mais ali estava Atta, e antes dela pensar na possibilidade de Padius tê-la ludibriado observou em uma das minúsculas janelas de vidro da porta um buraquinho. 

Flávia não era exatamente detalhista mas conhecia seu quarto bem o suficiente para estar ciente que esse vidro não estava quebrado até recentemente, então ela ergueu-se bruscamente, quase derrubando seu pequeno passageiro no ato. No auge de seu tamanho magnífico a giganta de 1,70m abriu a outrora intransponível porta da sacada com demasiada facilidade, e então encontrou algo bizarro do outro lado.

Sobre o piso de azulejos da sacada de Flávia flutuava uma miniatura de helicóptero, um modelo robusto claramente militar, com uma enorme hélice que girava em seu topo e uma diminuta metralhadora na lateral. Flávia abriu a boca eufórica ao ver na porta ainda aberta da aeronave algumas formas minúsculas, mais pequeninos para sua coleção, ela então caminhou a passos lentos porém poderosos pela sacada, quando finalmente um pequenino flash de luz tocou seu olho. 

Aconteceu, Flávia gritou vendo sua euforia se transformar em puro ódio quando percebeu que teve o mesmo destino de sua mãe e irmã. Bastou um segundo descuidado, bastou se surpreender e ignorar a luz estranha que viu, bastou caminhar lenta e triunfante em vez de saltar violentamente sobre sua presa. Bastou apenas isso para ter um de seus olhos alvejado, picado por um quase invisível projétil de chumbo que no entanto tinha força o suficiente para atordoá-la com uma dor aguda.

O choque foi tão grande que Flávia derrubou seu querido "Henrique", praticamente esquecendo-o nesse entretanto. Por sorte pouco antes do tiro ser disparado em direção de Flávia alguém já se aproximava discretamente da giganta, prevendo que Flávia o derrubaria uma vez que sofresse o choque de ter um globo ocular atingido. A soldado que então conseguiu aliviar da melhor maneira possível a queda de Padius foi Lonomia. A minúscula ruiva usou seu próprio corpo para impedir que o rapaz se desbaratasse no piso duro da sacada. Lonomia suportou seu impacto e os dois recuperaram a compostura antes mesmo da imensa Flávia, que gritava de dor enquanto um olho cobria com a mão.

Enquanto corria Padius perguntou mesmo sem fôlego, ** e a Atta...?**, Lonomia continuava séria, mas sugerindo um sorriso ela respondeu, **quem você acha que acertou o olho dessa filha da puta?**, os dois continuaram correndo e não tardaram para alcançar a aeronave, que de imediato começou a ganhar altura. Mas Flávia não estava derrotada. Com seu olho bom a mulata viu a máquina de mexendo e, sem querer se arriscar a ser atingida por sabe-se lá quantos soldados pudessem estar escondidos na aeronave, a moça resolveu acabar com todos a distância, dessa vez sem qualquer clemência. Ela arrancou um de seus chinelos e se preparou para derrubar o helicóptero e todos os seus tripulantes para uma morte certa.

Atta, que operava o rifle de repetição de Lonomia, viu a mulata arrancando o chinelo do pé e percebeu que a giganta pretendia usá-lo como projétil para derrubá-los. Ela alertou seus companheiros e Lonomia logo disse, **eu vou acertá-la, com isso!**, ela pegou um lança granadas que estava no helicóptero e já se preparava para atirar quando o piloto da aeronave gritou protestando, **Não! Não faça isso!** Era Blastius, **o sargento proibiu o uso de armas letais contra ela!**

O primeiro chinelo foi arremessado, com uma manobra literalmente de outro mundo os alienígenas conseguiram desviar do trajeto do imenso projétil de borracha amarelo.  Mas Flávia com certeza tentaria arremessar o outro. Então Lonomia começou a discutir com o cabo quem pilotava o helicóptero, ela disse,**,,Blastius, você sabe bem que a única arma letal pra esses desgraçados é o canhão antiaéreo!**, **mas o RPG pode machucar ela!**, **foda-se!**, **, não podemos!**, a discussão estava tão acalorada que dessa vez Blastius não conseguiu realizar uma manobra surreal para impedir que o chinelo de Flávia acertasse a máquina, o qual tocou sua causa levando a aeronave a se desequilibrar e perder altitude. 

Felizmente o helicóptero não colidiu com o piso, e mesmo pequeno era resistente, então ele continuou flutuando mesmo com o turbulência em sua cauda. Flávia já não dispunha de seus chinelos, mas ao ver que os pequeninos não estavam atacando ela ganhou coragem para avançar a passos pesados em direção a máquina; ela não estava disposta a deixar essas pestes fugirem depois de todos o mal que elas causaram. O imenso corpo de Flávia logo alcançaria o helicóptero, ao ponto que para ganharem altitude os soldadinhos precisariam fazê-la recuar. 

**Por que o sargento não autorizou usar a o lança granadas nela? O que aquele gordo imbecil está escondendo de nós?**  Questionou Lonomia totalmente invocada com o cabo, que na defensiva apenas disse, **eu não sei! Tá bom? Eu não sei! Mas vamos ter problemas com o capitão se usarmos nela o RPG! Usa a metralhadora, isso pode!** , Lonomia então abriu os olhos surpresa e suspirando disse, **porra por que não disse antes?**, em seguida ela foi até a enorme (relativamente) arma automática acoplada na lateral do helicóptero e sem pestanejar começou a disparar chumbo na direção da giganta.

Normalmente uma metralhadora poderia estraçalhar um corpo humano em poucos segundos, no entanto Flávia era tão grande e maciça que os minúsculos projéteis de metal apenas picavam sua pele como ferrões de abelhas. O que não iria matar ela mas doía tanto em sua pele que ela recuou, usando os braços para evitar que alguns dos centenas de tiros por minuto acertassem seu rosto e comprometesse ainda mais sua visão. Esse recuo permitiu que o helicóptero ganhasse altura e logo saísse da sacada de sua casa rumo ao céu aberto daquela rua de Salvador. Logo Lonomia parou de atirar e viu a aflita Flávia se tornar um vulto distante e longe da gloriosamente ameaça que até pouco tempo parecia ser.

Flávia tinha a pele ardendo pelas incontáveis picadas recebida daquela miniatura de metralhadora, ela estava nervosa, ansiosa e profundamente em pânico. Os orifícios eram minúsculos mas ardiam e alguns até estavam vermelhos. Felizmente seus machucados não ofereciam risco de vida mas ser atacada por criaturas tão pequenas e patéticas era humilhante e Flávia não podia deixar isso passar. Ela rapidamente apanhou um pé de seu chinelo do chão da sacada e num acesso de fúria o arremessou no ar na esperança vã de derrubar a nave.

Quando os pequeninos já estavam longe a animosidade na aeronave passou. Lonomia saiu de sua posição de atiradora e foi sentar-se num banco, pondo a cabeça de Atta em suas coxas para que ela pudesse repousar. Atta logo adormeceu com a ruiva acariciando sua cabeça. Enquanto Padius, ele olhava para a direção do sobrado, essa noite finalmente terminou e ele estava aliviado por estar vivo. Atta foi quem mais sofreu, mas logo ela se reabilitaria e voltaria a ser uma soldado exemplar. E quanto a ele? Ele mostrou-se fraco ao ponto de ceder e entregar sua companheira vulnerável por medo de represálias. Ele se sentia patético, mas sabia que parte de ser humano era ter momentos de fraqueza. 

Ele era humano, afinal, todos eles eram. Atta, Lonomia, Padius e Blastius. Eram alienígenas, mas só nesse lugar, nesse momento. Logo eles estariam no acampamento onde outros de sua raça os esperavam, lá eles deixariam de ser os pequeninos, deixariam de ser alienígenas, deixariam de ser diferentes e voltariam a ser um batalhão de humanos em um mundo hostil cercado por monstros colossais. 

Em meio a tantas coisas não resolvidas, os pequeninos soldados tentavam entender o porquê do sargento através do cabo impedir que uma arma mais pesada fosse usada contra Flávia. Lonomia desconfiava que isso estava relacionado a Solano e a suposta ligação dele com Persgu. Em todo caso isso não importava agora, agora só importava encerrar essa noite de pesadelos.

Chapter End Notes:

Então, gostaram? Eu não sei se a Flávia voltará tão cedo, mas claro que ela vai querer vingança!🥲 Enquanto isso poderemos acompanhar outras gigantas no próximo capítulo! Espero vocês lá e caso ainda não tenham visto não deixem de conferir as artes desse conto no Deviantart:

https://www.deviantart.com/barbarizand0

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