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Author's Chapter Notes:
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A mulher se moveu, ela era enorme, para um humano teria apenas 1,65 porém para os minúsculos extraterrestres humanóides naquele minúsculo carrinho ela parecia um verdadeiro kaiju de 41 metros; o que se não fosse suficientemente grande ainda contava com o fato de que Vera era um tanto gorda, o que fazia cada um de seus passos ecoarem ainda mais.

**Estamos perdidos!** Gritou Padius, **claro que não! Não tem como ela suspeitar de nós!** Afirmou Atta, embora também estivesse tensa. Mas para a sorte dos pequeninos de fato a mulher não suspeitou deles. Ela apenas se moveu e foi até uma pessoa recém chegada no lugar, sua outra filha, de 18 anos, que acabava de se aproximar do sobrado e viu a irmã chorando.

**Mãe, o que foi que houve com a Aghata?** Perguntou a moça. A mulher então se aproximou da criança, analisou seu olho e constatou: **Um bicho mordeu o olho dela... Eu vou levar ela no posto de saúde, você pode ficar de olho nas coisas aqui para mim, Flávia?** A jovem mulata concordou e assim sua mãe deixou o tabuleiro com a filha menor. A moça, ainda que descaracterizada (como baiana) ficou no tabuleiro atendendo os clientes que lá passavam para um acarajé ou vatapá comprarem. Depois de um tempo os pequeninos perceberam que o clima não estava mais tenso e Atta concluiu que era hora de saírem novamente.

**Ficou doida?** Reclamou Padius. **Eu já me arrisquei demais! Eu não vou sair!** A menina minúscula encarou ele com um olhar de repulsa enquanto falava: **por que você se tornou um soldado se é tão covarde?** , **covarde? Eu? Eu quase fui esmagado por uma pirralha! E eu quase me caguei quando aquela mulher se aproximou! Eu posso ser covarde! Mas é melhor ser um covarde vivo do que um valente morto! Se você é tão valente assim, vai lá, Athos!** 

Ele não devia ter chamado Atta por este nome, era um nome que há muito tempo a menina resolveu enterrar e ver seu companheiro chamá-la assim apenas por estar desesperado fez com que a jovem militar ficasse sem saber se deveria sentir pena ou raiva do colega. Por fim ela encarou ele com sua pior carranca e disse: **fique aí então, seu covarde! Eu vou até lá e pego o álcool! Eu vou levar um rádio, apesar de saber que você não vai para lugar algum enquanto eu não voltar!**

Assim Atta uma vez mais deixou o jipe e sua segurança carregando apenas seu equipamento básico e um rifle. Ela desta vez vestiu seu capacete e levou um rádio, olhou para trás, para os olhos de Padius e de repente teve um calafrio. Sentiu como se nunca mais fosse ver o companheiro e por algum motivo ficou com vontade de chorar. Vontade essa que logo passou quando Padius gritou do jipe: **tá arregando, viado?**

Ela então mostrou o dedo do meio e virou-se para a gigantesca Flávia. Então a jovem minúscula caminhou tão rápido quanto suas perninhas permitiram em direção ao tabuleiro. Ao se aproximar dos pés de Flávia ela não pode deixar de sentir seu almíscar. A mulata gigante esteve andando pelo sol da Bahia durante toda a manhã então era natural que seus enormes pés negros estivessem emanando um forte cheiro salgado. Atta reconheceu que os pés de Flávia eram bonitos apesar de monstruosamente grandes, mas não pôde deixar de se incomodar com seu aroma, afinal, não tinha a minúscula menina razão para não se incomodar.

Qual deveria ser a abordagem? Subir no tabuleiro? A garota maior e mais velha dificilmente notaria a pequena sobre o tabuleiro, uma vez que o mesmo estava cheio das mais coloridas comidas baianas; onde a farda verde de Atta facilmente se camuflaria no meio de pimentas, caruru, cocadas e vatapás. Então esse era o plano, mas a menina calculou e julgou que seu progresso seria bem mais rápido escalando a perna de Flávia do que se fosse escalar a perna da mesa. Resultado, ela se aproximou do pé da moça negra e logo subiu em seu chinelo, roçou sua pele escura e com o máximo de delicadeza possível começou a escalá-la torcendo para Flávia não notá-la. O fato da giganta estar meio suada ajudou a aderência da pequenina e em poucos minutos ela estava na coxa da garota maior.

Padius assistia a bravura de Atta em seu esconderijo no jipe, ele estava chateado pelo que disse para a companheira. Não era sua intenção ofender a colega, mas ele estava com medo por se encontrar em um mundo Gigante onde tudo atentava contra sua vida e o fato de Atta lidar com isso melhor do que ele fez ele se sentir frustrado. E se chamou Atta por aquele nome foi simplesmente porque sabia que garotas trans odeiam serem chamadas pelo nome de batismo. Mas agora ele reconheceu que cometeu um erro e sentiu que deveria tentar repará-lo. Ele então pegou o rádio e tentou se comunicar com Atta.

**A senhora gostaria de mais alguma coisa?** Perguntou Flávia para uma cliente, a qual disse já estar satisfeita. Então pagou a moça e quando Flávia foi pegar o troco instintivamente levou a mão até o bolso do shorts (ainda que o dinheiro da mãe estivesse em uma pochete no tabuleiro), ela sem perceber empurrou a minúscula Atta para dentro do bolso e enquanto colocava a mão no jeans lembrou que as economias ficavam na pochete. Porem quando ela retirou a mão do bolso Atta foi arrasada para fora violentamente e caiu sobre o tabuleiro em meio a tantos alimentos - o que na teoria foi um favor.

Porém Padius, que assistiu tudo, pensou que a colega se feriu com o rápido deslocamento. Então sem tentar se comunicar pelo rádio ele saiu do jipe e correu sem o rifle em direção ao tabuleiro gigante. A cliente de Flávia após receber o troco foi embora justamente pelo mesmo lado em que Padius corria apressado. A mulher era branca, ela se vestia com roupas de academia e usava tênis rosa. Devia ter 28 anos e possuía um corpo atlético. Não seria difícil para seu pé maciço comprimir Padius até a morte. Seu pé pairou sobre o pequenino numa velocidade que o mesmo mau pôde registrar. Ele corria tão afoito para ajudar Atta que mau notou o enorme tênis pousando violentamente em sua frente, como um míssil cujo impacto o derrubou fazendo-o rolar contra a calçada. Por sorte o infeliz sobreviveu.

Enquanto Atta, ela se via imersa num mundo quente cheio dos mais variados petiscos da culinária baiana, ela andou entre tigelas e pratos. Aspirou o aroma forte de itens apimentados mas não achou uma gota de álcool. No fim o calor dos acarajés fritando e o cheiro das pimentas começaram a enjoar a menina que afinal cambaleou e caiu deitada num monte de camarão. Ela lembrou-se da máscara de gás e deitada num prato começou a revirar sua bolsa para pegar o item. 

Por uma coincidência infeliz nesse mesmo momento a jovem Flávia concluiu que já tinha vendido o bastante por um dia e resolveu guardar o que sobrou, mas se eram sobras por que não beliscar uma delas? Ela então decidiu comer um camarão!  Qual não foi o espanto de Atta quando ela viu a enorme mão negra de palma esbranquiçada se aproximar na intenção de pinçá-la entre os dedos. Ela mau vestiu a máscara, estava ainda enjoada pelo calor e o cheiro então não pôde se levantar a tempo de fugir das garras da giganta. Ela foi pega entre o polegar e o indicador da mulata e levada até seus lábios carnudos e vermelhos prontos para devorar sem piedade o que se supunha ser um camarão.

No chão o pequenino Padius assistiu horrorizado sua estimada colega de trabalho ser levada sem forças para a boca desse monstro em forma de garota. Ele desejou ter sua rifle nas mãos e ter uma mira prodigiosa como a de Atta para salvá-la. Mas não havia tempo para correr até o jipe e pegar o rifle. Não havia nada que ele pudesse fazer senão gritar impotente enquanto via sua amiga ser devorada.


Ou... Havia... Ele lembrou que tinha granadas em seu bornal. Ele não pensou duas vezes antes de sacar duas, três delas e remover seus gatilhos. Ele tacou todas nós pés da giganta e logo uma explosão minúscula impediu que a mulata colossal enfiasse na boca a minúscula Atta.

Flávia gritou quando sentiu uma leve queimadura no pé esquerdo, ela olhou para baixo e viu fumaça. Olhou adiante e viu um pequenino soldado de 7 centímetros, ele parecia tremer muito para ser um brinquedo e seu cabelo loiro claramente não era de plástico. Ela olhou para ele por alguns segundos antes de olhar para a mão e ver que segurava outro soldado, porém de capacete. Ela ficou sem saber como reagir por alguns segundos mas logo se ajoelhou perto de Padius e estendeu a mão livre para ele subir. 

Padius recuou, ele sacou sua pistola e mesmo tremendo disse: ** s...solte... Solte... Solte ela!** . O olhar de Flávia deixou de ser de surpresa e passou a ter ternura. Ela olhou para sua pequena prisioneira, de capacete e máscara de gás e então disse, mais para si mesma: **ela?**

**Você quer ela?** Perguntou Flávia com um sorriso travesso **então vem pegar!** Ela esticou novamente a mão para Padius. Atta a essa altura estava quase inconsciente, pelas coisas que passou. (Calor, cheiros intensos, medo de ser devorada, etc.) 

Restava que Padius soubesse lidar com a situação.


Chapter End Notes:

Espero que tenham gostado, Padius teve alguma importância aqui mas é bom deixar claro que a protagonista é Atta!😉

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